Dia do gaúcho, nosso dia, não poderia ficar em branco.
TEATRO GAUDÉRIO
Cenário: pelegos, chaleira preta, trempe, berrante,
violão, chimarrão, gaita, indumentárias gaúchas e tudo o mais que lembrar as tradições
do Rio Grande do Sul.
•
Gaúcho Gaudério, dono da Querência, Compadre João
Cardoso
• Irmão das prendas:
• Narrador -
• Peão Farroupilha - Pedro
• Prenda1:
• Prenda 2:
• Prenda 3:
• Narrador -
• Peão Farroupilha - Pedro
• Prenda1:
• Prenda 2:
• Prenda 3:
Cena 1: -
Inicia a peça com o hino Rio-grandense.
Narrador: Gaúcho é o nome que se dá a todos os nascidos no estado do Rio Grande do Sul. Ele usa chapéu de abas larga, bombacha, camisa de pano, lenço de pescoço, guaiaca, bota de espora, pala, poncho... sua prenda usa vestido de chita e laço de fita ou enfeite no cabelo.
O nosso teatro intitula-se:
MAIS
GROSSO QUE UM TROÇO!
Narrador:
Quem é daqui do sul sabe mui bien que quando:
Um cusco rola
de um lado para o outro é sinal que vai chegar visita.
Quando galo canta na porta da querência , também é
um sinal que vai chegar visita.
Quando o fogo estrala é sinal de que a visita está
chegando e que é de parente de longe.
E se o cachorro vira de barriga para cima sinal de
chuva
Quando doí alguma cicatriz sinal de que chove
dentro de algumas horas
Cena 2 - Entram no
placo as três irmãs- prendas
Prenda 1: entra com garfo e faca na mão - deixa cair um garfo no chão.
Prenda
2: mas que bom, sinal de que hoje teremos visita
Prenda
3: e a visita vai ser de homem, porque se fosse
mulher teria lhe caído a faca.
Cena 3 -Som
barulho de cavalo
Narrador:
Está se aprochegando um gaúcho gaudério vindo lá das bandas do Uruguai,
seu nome é Peão Farroupilha e vem visitar o compadre João Cardoso e suas
filhas, ele é um pretendente e quer namorar a prenda mais bonitona da estância.
Porém as outras é que querem desencalhar. Vamos espiar para ver o que se
aprocede.
Pedro: Ô de casa! - Com palmas - Ô de casa!
cena 4 - Cumprimentos gaúchos.
Pedro:
Buenas amigo veio
João:
Buenas, te aprochega nesse meu rancho de tapera. Puxa um banco e vai sentando. Enquanto isso vai preparando o fumo –
palheiro e preparando um chimarrão.
Pedro:
Enquanto o Xirú vai cevando o mate uma moda vou tocar – inicia tocando
gaita
João:
toma o mate
Narrador:
a primeira cuia de chimarrão é sempre do
cevador, ou seja, daquele que fez o mate. Uma vez servido o mate, deve ser tomado todo, até esgotá-lo,
fazendo roncar a cuia, sem ter vergonha do ronco. Para
se receber o mate ou entregar a cuia de mate, deverá ser feito com a mão
direita. No caso da mão direita estar ocupada, a pessoa deverá dizer:
- Desculpe a mão!
Ao que o outro responde:
- É a mesma, a do coração.
Fora dessa exceção, sempre com a mão direita.
- Desculpe a mão!
Ao que o outro responde:
- É a mesma, a do coração.
Fora dessa exceção, sempre com a mão direita.
João:
Termina o chimarrão - quando oferece lembra de falar: chimarrão se serve sempre
pela mão direita, senão é uma baita falta de respeito - mas me conte
companheiro, índio veio, to mais por fora que cusco em procissão.
Pedro:
Buenos.... agora no mais.... Venho a galope lá do bolichão do Zé e escutei que
deu uma grande forrobodó , um bochincho daqueles.
João: mas que Barbaridade! E a coisa enfezo feio pro lado de quem?
Pedro: o tal de Climério enfezo pro lado do amigo Getúlio. A coisa fico feia foi um tal dele que te dele danado. Tu bem sabe que o Getúlio não olha pros pêlos nem pras marcas, ele vai logo metendo a mão na cara.
João: Mas e alguém bateu as botas?
Pedro: não amigo veio, sabe como é essas pelia.
João:
Qual dos dois meteu a viola no saco pôr
primeiro?
Pedro: Nenhum. Os dois são valentes que só vendo. O que interrompeu a peleia foram os milico. A milicada é que apartou a chiruzada. Levaram uma sura de vara de chá de marmelo e os dois ficaram com talhos que nem de tábua de picar carne.
Entra em cena o
filho
Tonico: Buenas!!
Pedro: Buenas!!
Joao:
esse é meu guri, e perde: - mas vá logo chamar suas irmãs quero ver se uma delas vou
desencalhar.
Sai o Tonico bem
lento e calmo, sem pressa–
Pedro – devolve a
cuia de chimarrão antes de entregar lembrar do ronco da cuia.
João:
esse meu guri anda mais folgado que peido em bombacha de gaúcho.
Pedro:
e esse frio índio veio
Joao:
nem me fale está de renguia cusco.
Narrador:
antigamente, quando o namora era de longe, era através de troca de olhares, os apaixonados utilizavam o mate
como meio de comunicação e, de acordo com o que era posto na cuia, a mensagem
era recebida e interpretada.
Entram as prendas. Cada uma com uma cuia de chimarrão, para oferecer.
E sentam do
lado do Pedro e o irmão fica perto delas.
Pedro:
Boa Tarde. Mas que flores de china
Prendas:
Boa tarde:
Maria:
prenda feia e tenta ser arrumada - entrega
a cuia de chimarrão.
Tonico:
Mas meu amigo Pedro, deixa uma coisa lhe falar, essa já até tento arruma namoro,
com ajuda de pai de santo de tão feia que é, é mais feia que assombração,
parece até um despacho de encruzilhada. –
olha para a prenda e fala -Tu pode esquece que nem em sonho tu vai
desencalha.
Pedro:
devolve a cuia e fala, Mas que mate bom, esse gosto de canela estava muito
saboroso.
Maria:
isso é para dizer que só penso em ti.
Prenda
2: Buenas! Entrega a cuida de chimarrão.
Pedro:
Buenas!
Tonico:
Essa é mais ligeira que enterro de pobre, mais atirado que alpargata em cancha bocha, nem com reza braba
vai casar.
Prenda 2: e tu é mais Grosso que rolha de poço.
Pedro:
devolve a cuia e fala – esse teu mate com casca de laranja estava bom por
demais.
Prenda
2: isso é para dizer que quero que me leves junto
contigo.
Prenda
3: Buenas – oferece o mate.
Pedro; fica com
boca aberta em demonstração de que a prenda é bonita.
Tonico:
porque está assim com essa boca aberta como burro que acabó de come urtiga.
Pedro:
porque essa é bonita por demais!
Tonico:
mas bha meu companheiro – dá um tapa nas costa do amigo- essa é mais enrolada
que fumo em corda.
Pedro:
devolve o mate e fala: mas este teu
mate estava muy amargo.
Prenda
3: isso porque chegaste, tarde já tenho outro amor.
Pedro:
to mais perdido que cego em tiroteio, por isso uma moda vou tocar.
Som hino rio-grandense
Termina a peça.
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